O Secretário Municipal de Saúde de Natal, Thiago Trindade, declarou no final da manhã de ontem quarta-feira (11) no auditório do SAMU que deixa a secretaria. A decisão foi tomada após a polêmica contratação da empresa Instituto de tecnologia, Capacitação e Integração Social (ITCI) para o combate à dengue na cidade. Na ocasião, também foi anunciada a saída secretária adjunta de Gestão de Trabalho e Apoio Imediato aos Serviços de Saúde, Annie Azevedo da Cunha Lima. O desenrolar do anúncio surgiu do contrato firmado com a empresa, no valor de R$ 8.116 milhões, que teve que ser cancelado após o Ministério Público detectar irregularidades no processo de contratação. Afirmando ser irrevogável sua decisão, Thiago explicou que sua renuncia foi feita em consenso com a prefeita de Natal, Micarla de Sousa.
“A comissão administrativa tomou a decisão pela rescisão contratual e a secretaria de saúde acatou. No entanto, por não concordar com a medida e entender que poderíamos sentar com a empresa e discutir as ações não implantadas por ela, pois esse trabalho de contingência tinha mais pontos positivos que negativos, entrei em contato por telefone com a prefeita Micarla de Sousa, que está em Brasília, comuniquei a minha saída de forma consciente e amistosa, e ela aceitou o meu pedido”, disse.
Sabatinado pela imprensa, o ex-secretário não quis entrar em detalhes sobre a conversa com a prefeita, mas adiantou que a maior preocupação no momento é que o município possa resolver a situação em que a cidade se encontra, principalmente, após a greve dos agentes de saúde e a suspensão dos agentes contratados de forma temporária. “Nosso efetivo já estava desfalcado com a greve, agora perdemos 150 novos agentes em virtude da rescisão com a ITCI, o que deixa a população de Natal sem o auxílio e atendimento do combate a dengue. É necessário que uma medida emergencial seja implantada junto com o Ministério Público, e que também aconteça uma conversa do município com os representantes da classe, já que a situação é delicada, e até mesmo a possibilidade de contratação de agentes temporários”, emendou.
Thiago Trindade foi questionado sobre a responsabilidade da secretaria sobre a formalização do contrato, e a declaração da prefeita de não ter conhecimento sobre ele, palavras que foram contornadas pelo ex-secretário como uma espécie de má interpretação, ainda que o município também tenha sua responsabilidade. “Nunca aconteceu uma decisão individual por parte da secretária, pois todo o nosso planejamento e finalização de um projeto passa pelo gabinete civil para que seja assinado qualquer tipo de acordo. O que pode ter acontecido é a prefeita não ter um conhecimento aprofundado sobre as cláusulas contratuais, o que pode ter gerado a polêmica”, comentou.
O ex-secretário considerou a rescisão com o Instituto de tecnologia, Capacitação e Integração Social (ITCI) como precipitada, pois apesar de toda a polêmica, uma sirtuação semelhante já havia ocorrido com a Unidade de Pronto Atendimento de Pajuçara (Upa), e hoje é considerada uma referência nacional depois de todas as criticas. "Ressalto que os R$ 8.116 milhões destinados para esse trabalho de contingência não significa que seria passado por completo para a empresa contratada. A verba estava destinada para todo o trabalho que foi programado desde o ano passado após estudos realizados pelo município", esclareceu.
Por fim, Thiago Trindade confirmou que a ITCI não recebeu qualquer quantia da verba disponibilizada, principalmente, após a criação da comissão que solicitou que o dinheiro não fosse depositado até decisão do comitê de administração. ”Nosso único compromisso com a empresa é o pagamento da rescisão contratual, além das despesas com fardamentos e equipamentos novos para os agentes temporários com outros fornecedores. Sentarei com o novo secretário e poderei transparecer a planilha de gastos e a quantia da verba disponibilizada para que seja usada em um novo plano de combate ao mosquito”, finalizou.
( fonte Diário de Natal )
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